Presos no silêncio do grito,
Olhando a porta fechada,
Dois corpos suspiram pelo infinito,
Deitados numa cama lavada;
Às vezes, no escuro da cidade,
A tristeza torna-se em conforto,
É a simples vontade,
De um lugar julgado e morto!
Agarras as pernas de um novo andar,
Pelos dedos sentes o caminho,
Segues, disposta a enfrentar!
Não o deixas seguir sozinho;
Espalhados no fundo da rua,
Descansam e esvoaçam folhas de jornais,
Incutindo culpas à lua!
Pensando que todos somos iguais;
Rompem fumos de olhares,
Como quem mata desejos,
Relembram os muitos lugares,
Salvados sempre com beijos;
Chegados ao fim do mundo!
Tudo se manifesta pequeno,
Com um simples segundo,
A verdade revelou o seu veneno...
Agora que não o consegues ouvir,
Ao lê-lo, imaginas a sua voz...
Com o tempo aprendeu a sorrir,
Deixando para traz os momentos a sós;
Hoje, o seu pensamento, voa no mar
Alto e longe, numa nuvem fria!
Abraços em noites de luar,
Aquecidos por uma pele macia;
Aceita as palavras, geradas em saudade,
Dos versos que outrora te fez...
Nesse tempo todas eram verdade,
Hoje, quem sabe, talvez!
...Um grande ósculo...